Fábio de Brito Ávila: ‘200 anos de Imigração suíça para o Brasil’ – Parte 22
200 anos de Imigração suíça para o Brasil – Parte 22
A oito léguas da Capital da Província do Espírito Santo, em 1847, foi instalada a Colônia de Santa Isabel. A povoação teve início com um grupo de 39 famílias; 23 católicas e 16 luteranas, que chegaram ao Rio de Janeiro e seguiram para Vitória, subindo o Rio Jucu Braço Norte e se instalando na Serra da Boa Vista. Assim começou a colônia cujo nome homenageava a filha de Dom Pedro II, a Princesa Isabel. Em 1893, ocorreu a emancipação do povoado, que até então pertencia a Viana, e foi criado o município de Santa Isabel, com sede em Campinho. Em dezembro de 1921 o nome foi mudado para Domingos Martins, em homenagem ao herói Domingos José Martins, que foi um dos líderes da Revolução Pernambucana em 1817.COLÔNIA SANTA LEOPOLDINA
Com o sucesso da Colônia Santa Isabel, o Imperador decidiu formar uma segunda colônia em 1856, que se chamou Santa Leopoldina. Banhada pelo Rio Santa Maria da Vitória, era dividida em três núcleos principais: Santa Cruz (Ibiraçu), Timbuí (Santa Teresa) e Porto de Cachoeiro (Santa Leopoldina), logo se configurando como uma das mais prósperas colônias do Brasil Imperial e a terceira mais populosa. Na ocasião, chegou um grande número de imigrantes. Além de suíços, se mudaram alemães, luxemburgueses e austríacos. Essas duas colônias no Estado do Espírito Santo foram visitadas por Johann Jakob von Tschudi em 1860, quando anotou em seu diário que, apesar do sucesso inicial de ambas as localidades, os colonos locais agora viviam em péssimas condições de vida.
COLÔNIA DO RIO NOVO
Localizada a 102 km da capital Vitória, o município de Rio Novo do Sul foi fundado por imigrantes, mas nesse caso através de uma iniciativa particular de povoamento. Em dezembro de 1854, foi instalada a Imperial Colônia do Rio Novo, em terras devolutas da União divididas em lotes vendidos pelo antigo comerciante de escravos Major Caetano Dias da Silva, aos colonos suíços, belgas, holandeses, franceses, italianos, alemães e austríacos. Em dezembro de 1856, chegaram as primeiras 12 famílias de colonos suíços, totalizando 70 pessoas. O início do desbravamento da então Colônia do Rio Novo se deu na localidade denominada Pau D’Alho, nas margens do Rio Novo. Em 1893, era criada a Vila de Rio Novo e no ano seguinte o local foi elevado à categoria de município. Von Tschudi visitou a colônia e destacou o clima ameno e as terras férteis. Elogiou ainda as condições de vida dos colonos, mas ressaltou que não havia sequer escola, nem pastor ou igreja, e que o índice de mortalidade era muito alto, pois não havia um único médico.
COLÔNIA SANTA TERESA
Os primeiros habitantes dessa região montanhosa no Sudeste capixaba foram famílias italianas que chegaram em junho de 1875 e se fixaram às margens do Rio Tymbuí. Em 1877, chegaram também colonos alemães, suíços e poloneses, que juntos formavam um grupo de 30 pessoas. Esse grupo, liderado pelo Capitão João Birchler, Guilherme Graff, João Jacob Schneider e Carlos Nippes, seguiu para o interior do Estado, descendo a serra, sentido Santa Leopoldina, e finalmente acampou nessa localidade. Surgia então o Núcleo Tymbui, onde foi erguida a primeira escola local, tendo o suíço Dr. Emilio Hausler oficialmente designado como o primeiro professor. Os colonos tiravam seu sustento do cultivo de cereais, da vinicultura e da criação do bicho-da-seda (sericicultura). Entretanto, com apoio oficial do governo, investiram na cultura do café e conseguiram prosperar. Santa Teresa surgiu oficialmente no dia 22 de fevereiro de 1891, data em que se emancipou de Santa Leopoldina.

Santa Leopoldina, Espírito Santo. Fonte: https://www.santaleopoldina.es.gov.br/detalhe-da-materia/info/historia/6503