Tatiana Azevedo: ‘Mera utopia’
Mera utopia
Alquimia
Extravagante,
Instigante …
Revolucionante!
Deveras emocionante,
Palavras ao vento,
Verbo vivo vencido e
Transbordante!
As rimas utópicas
Da semana de Arte Moderna!
Ecoam no ar ainda,
Cem anos depois …
Piada de quinta ou
Tendenciosa rememória.
Rasgando o véu da história, esquecimento, alento…
Dos floridos idos tempos.
Martírios sofridos,
críticas e aplausos simultaneamente.
Flutuou em rumores
Cenário de ideais e amores
Hostis.
Múltiplas cores banais,
Em lúdicas e exóticas telas, moldaram a nova era…
Houve a dança da mudança,
Cem anos ao vento relembro
Como veleiro desordeiro,
Em tempestade certeiro, buscando cais pra aportar.
Atracou no cais da cidade,
Após singrar os bravios mares, tão singulares,
Europeus …
Controvérsia de um
Quadro por Anita pintado, alado, camuflado, de linguagem diferenciada e aderente, por Monteiro criticado.
Com lágrimas de inspiração
De um povo clonado, ovacionado e vaiado…
De mera cópia nórdica,
que fora elaborado.
Uma verdadeira parodia!
Acordou mesmo o Brasil varonil, nos dias célebres, reunidos em São Paulo.
Brilhantes mente e atuantemente, afloraram enternecidas, revolucionaram …
Renovaram-se na nova avenida, renascendo assim as Belas Artes.
Desfilando novo cenário, delicado e inovador.
Da surpresa instaurada,
Ao surrealismo de estreia!
Modernismo atemporal,
Suplantou o Parnasianismo real…
Utopicamente multifacetado.
E em todas, o eco das eras,
A poesia de belos versos minou, reinventou o cenário.
Quimeras das rimas de hoje,
Ainda nos moldes daquela época imaginativa e bem criativa, que deixou seu legado inusitado, na saudade de cada um nós, brasileiros.
Tatiana Azevedo