Nicanor Filadelfo Pereira: ‘Crisálida’
Crisálida
O mundo de nossos sonhos,
De alegres sons e matizes,
Às vezes, são tão medonhos,
E noutras, já tão felizes.
Formam imagens etéreas,
Diáfanas e coloridas,
Esvoaçantes, aéreas,
Que, jamais, deles se olvida.
Às vezes, são utopias,
Sonâmbulos devaneios
Que férteis imagens criam,
Por força do nosso anseio.
Mas, se é medonho o teu sonho,
Como lagarta voraz,
Não fiques assim, tristonho;
Que em crisálida se faz.
E quando o tempo passar,
Que bela imagem verás!
A borboleta a voar,
Preto, vermelho e lilás…
Então, verás que o teu sonho,
Como um casulo, contém
Um mundo já tão risonho
Para os que sonhos têm.
Nicanor Pereira